26.5.11

O que você sabe de você e de mim?

Nosso café com abraço foi um encontro descontraído no qual todos pudemos nos apresentar. Mas o tempo que dispomos não foi suficiente para que pudéssemos interagir pra valer, ou seja, identificar as pessoas do grupo com as quais poderíamos estabelecer relações de trocas ricas, no melhor sentido.

Por esta razão eu propus que cada um do grupo acessasse a página de contatos no Gmail do grupo e inserisse, além as informações usuais tais como nome completo, apelido, telefone, endereço, notas pessoais que nos ajudassem a identificar nossos "pares", por assim dizer.

Então, no campo das notas, à direita da página, sugeri que nos baseássemos no conceito da Janela de Johari para dizer o que cada um sabe de si, que o outro talvez não saiba; o que cada um sabe de si, que talvez o outro também saiba; mas também saber aquilo o que o outro viu em você!

Neste "jogo de interações" vamos poder realizar descobertas incríveis juntos e, quem sabe, contribuições e oportunidades inesperadas possam se abrir, como as ventanas da sua janela.

25.5.11

O efeito borboleta do Wikileaks

Wiki é uma palavra utilizada pelos havaianos e que se relaciona aquilo o que é rápido, ligeiro, imediato - no sentido do tempo necessário para uma determinada ação. Por aqui a palavra wiki está ligada a uma maneira de construir conhecimento coletivo. O melhor exemplo é a Wikipedia que pode ser "traduzida" como uma enciclopédia online construída colaborativamente e a partir do conhecimento coletivo. É assim que ela aparece na internet, certo?

Recentemente tivemos contato com outro "Wiki", o Wikileaks. Se utilizarmos o mesmo princípio, esta palavra ganharia o significado de "vazamento construído com o conhecimento coletivo". E é!

A aula sobre informação, foi oportuna para para trazer a questão do Wikileaks e seu efeito borboleta. É indispensável um conhecimento científico dentro do qual a informação foi esmiuçada. É importante conhecer estes conceitos, pois não há como ampliar nossa visão do mundo sem eles.

O texto Wikileaks o que é? E o que diz sobre o Brasil? - nos serviu de fonte (origem da informação). Nele, "lucasrocksp"(2010) conta que se o Wikileaks é uma organização transnacional sediada na Suécia, fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e tecnólogos dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul e dirigida pelo (hacker) Julian Assange, jornalista e ciberativista.

Vimos que o projeto WikiLeaks foi mantido em segredo até Janeiro de 2007, mas que depois de vir a público recebeu vários prêmios para novas mídias, incluindo o New Media Award da revista The Economist; e em 2010, foi referido como o número 1 entre os “websites que poderiam mudar completamente o formato atual das notícias”.

Isto porque ao mesmo tempo em que dissemina um sem número de cópias de documentos sigilosos reveladores de práticas abusivas, crimes contra os Direitos Humanos, alfinetadas e outros comentários indevidos de altos escalões, protege a integridade de suas fontes como poucos veículos o fazem.

Além disto, a organização- cujas únicas fontes de rendimento são doações de centenas de milhares de dólares, feitas (acredite!) por empresas jornalísticas e de informação, como a Associated Press, o Los Angeles Times e a National Newspaper Publishers Association - planeja criar um modelo de leilão, onde será vendido o acesso privilegiado a documentos confidenciais.

O efeito borboleta

Este é um cenário rico para um debate idem. Trouxemos a questão da desinformação - termo (do russo desinformátsia) utilizado pelo Comando do Movimento Comunista Internacional (Comintern) para designar o uso sistemático de informações falsas para desestabilizar outros regimes políticos.

O objetivo estratégico da desinformação é tornar as instituições descrentes, induzindo a opinião pública a transferir aos agentes da desinformação a confiança que deveria ser depositada no Estado, nas leis e nos costumes tradicionais - um processo bem conhecido e apontado em livros a exemplo de o Tratado de Desinformação, de Vladimir Volkoff.

Olavo de Carvalho, pensador brasileiro, em seu artigo Censura e desinformação fala sobre o atual jornalismo brasileiro e sua notável característica da troca progressiva da informação pela desinformação sistemática.

Sistemática e sintomática! Como exercício propus que, resguardadas as proporções, lembrássemos de fatos típicos da desinformação. Logo veio à memória, o caso dos salários expostos na web em 16/6/2009 pela Prefeitura de São Paulo através do site "De olho nas contas".

Na ocasião, Cláudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo - o Sinpeem, diante da lista que mostrava um professor do ensino médio ganhando R$ 142 mil, disse: - "nenhum educador recebe essa quantia", alegando que os valores publicados eram irreais.

O impacto desta (des)informação - multiplicada como um gremlin molhado - foi devastador e apresentava um sério risco à integridade daqueles servidores públicos. Dezenas de outras situações casuísticas esquentaram o debate e troxeram macrotemas como a fragilidade dos sistemas informacionais, a responsabilidade informacional e, sobretudo, a conduta ética.

Diante de tamanha inquietação, eu proponho aqui um exercício reflexivo no qual o princípio hologramático (MORIN) seja aplicado à informação, para que possamos entender como o Wikileacks faz circular o efeito sobre a causa e possamos medir o quanto fazemos parte disto.

Minha proposta é que procuremos identificar atributos para a gestão da qualidade da informação, a fim de dizer de que forma os aspectos dimensionais da informação aparecem no caso Wikileacks positiva e negativamente.

Sordi, apud Bittencourt (2007) afirma que mesmo as informações derivadas de "achismos" e palpites organizacionais impregnados de subjetivismo, imprecisão, conflito, ignorância parcial, entre outros problemas, podem receber tratamento que as tornem mais acuradas.

Levantada a questão da ética, estes dilemas morais que surgem quando analisamos o "howto" ou as práticas do Wikileacks de "entregar" uma conversa furtada cujo conteúdo uma vez revelado pode gerar conflitos nas interações humanas, são da competência da Ética da Informação - a mesma ética que assegura o direito de o indivíduo "não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”, como no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Então deixo uma provocação: nesta "Era de Vidro", onde tudo é sensível e perde a opacidade, onde em cada esquina há um "Grande Irmão" de prontidão, registrando todo movimento ou sinal, o que é (ou deixa de ser) ético? Vale receptar uma informação ainda que a justificativa esteja na possibilidade de se evitar um mal maior? É ético deixar em seu lugar seguro uma informação que pode mudar o mundo, simplesmente porque não é da nossa conta? A ética estaria no ato de informar, na literacia ou na intenção do uso?

Reagir à esta provocação é expressar livremente a sua opinião.

"Conhecimento é experiência. O resto é informação."

Já no nosso primeiríssimo encontro vimos aquilo o que distingue dado de informação, informação de conhecimento, de competência e de aprendizagem. Quando eu digo que "encontrei a fonte"(foi o exemplo que escolhi), a palavra"fonte", isoladamente, é interpretada de uma maneira diferente por cada um que a recebe.

Mas isto não é suficiente para reduzir a incerteza do grupo diante de tantos significados. Fonte: s.f. Água viva que sai da terra; nascente: fonte de água mineral. Chafariz, bica. Chaga aberta com cautério. Fig. Princípio, origem, causa: a eleição é fonte do poder. O texto original de uma obra. Cada um dos lados da cabeça que formam a região temporal. Fonte limpa, a causa primária de um fato, a sua verdadeira origem; autoridade competente: sei isso de fonte limpa.

Assim, se a razão de ser da informação é reduzir as incertezas, enquanto não ficar claro para todos do que estou falando, "fonte", não passará de um dado. Assim, eu digo que "encontrei a fonte Bauhaus que tanto procurava para instalar e aplicar em um texto". "Fonte", faz parte da taxonomia popular do jornalismo, ou seja, é uma palavra que classifica a letra ou tipo utilizado na composição gráfica de um texto.

A partir do momento que este dado passa a fazer sentido para meus ouvintes, pois foi devidamente contextualizado, aí então se configura a informação. Já o conhecimento, a despeito dos infinitos conceitos e descrições que lhe são atribuídos científica e empiricamente, ele acontece para cada um de nós, é único. Aquilo o que eu sei me pertence, mas pode ser partilhado. "Conhecimento é experiência, o resto é informação." - dizia Einstein.

De fato está aí a diferença: qualquer pessoa pode fazer o download do documento de texto com, por exemplo, a fórmula da Coca-Cola na internet. Mas isto não garante que se possa recriá-la. Para isto é preciso uma competência essencial. Conhecimento se dá quando você transforma a informação (saber) em fazer. A competência é um "cha" (conhecimento + habilidade + atitude).

Já a aprendizagem, ela acontece quando aquele conhecimento é internalizado e passa a fazer parte (na-tu-ral-men-te) de nossos afazeres diários. A gestão do conhecimento é, portanto, uma maneira de a organização se autoconhecer, saber onde estão os dados, informações, conhecimentos e competências nela dispersos e como pode aprender, ensinar e inovar com isto.

Nesta disciplina surge a oportunidade de contribuirmos efetivamente na constituição de uma Cultura da Informação na Organização Pública. Para tanto, vamos nos informar para formar; conhecer não somente sobre a informação em si e o bem (capital intelectual) que ela representa, mas como podemos lidar com ela e realizar a partir dela.

DICA: para uma melhor apreensão do conhecimento, procure comentar os conteúdos postados; e/ou comentar com colegas, ou (pelo menos) fazer apontamentos em seu caderno.

19.5.11

Mensagem primeira



Caros alunos,
sejam muito bem-vindos ao seu espaço criativo. Já que nossa disciplina vem tratar da Gestão da Informação e do Conhecimento, então, a primeira coisa que devemos ter é um espaço próprio, tempo e oportunidade para expressar livremente nossas ideias. Só assim a aprendizagem (de fato) acontece.

Aqui vamos poder compartilhar o conteúdo das aulas, mas, também, práticas e saberes essenciais à criação de uma cultura da informação na organização pública - esta é a maior contribuição que esta disciplina pode trazer.

Nosso primeiro encontro no andar 28 do prédio da Secretaria de Finanças, no Centro de São Paulo, foi muito especial. Bastaram alguns minutos para a gente se entrosar e logo desenvolver a primeira ação colaborativa do grupo - que nos mostrou o quanto está disposto a contribuir com seus saberes. E o quão rica será esta contribuição!

Para que tudo eseja conforme, é preciso "afinar" nossos instrumentos: computador com leitura de CD/DVD, acesso para o uso responsável da interenet (pelo menos no período de duração da disciplina) e um bom reprodutor de áudio, são fundamentais para nossas aulas.

Contudo, a possibilidade de gerar novas possibilidades e com elas ampliar nossos horizontes é o que certamente irá reger nossos próximos encontros. Oxalá todos tenhamos algo de muito bom para contar no dia 4 de julho!

E que não seja a última, e sim, a primeira história no topo das maravilhosas mudanças que cada um de vocês irá prover. Boa missão a todos!


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