4.7.11

"Patchworknowledge"

(Organizado por Tina Andrade)

"A informação restrita a poucos representava dominação/poder. O conhecimento sempre foi e (é até hoje) uma ferramenta poderosa. A morte era a única que poderia evitar que novos pensamentos e ideias se desenvolvessem através da leitura. […] Uma coisa imaginada, de tão desejada e insistentemente repetida, passa a ser considerada como uma coisa verdadeira.

[…] Muitas informações conseguem ainda não sofrer distorções e... sobrevivem ao tempo; […] através de um processo de revisão contínua, fazem com que descubram uma atitude de busca, transformação, inserção e compartilhamento[…].

Poderemos deixar um legado vasto e rico de informações para as gerações futuras […] que transformarão não só as empresas, mas nossa sociedade como um todo. Ou será que não estamos preparados para tanta informação?

A informação é hoje encarada como um recurso essencial para as organizações. Não basta apenas ter a informação, é necessário saber utilizá-la […]. O conhecimento [...] de uma forma forte e consistente pode ser usado e compartilhado, jamais negado; […] quando passa a fazer parte das ações do dia-a-dia, é aprendizagem.

A sociedade necessita urgentemente de seres humanos que desenvolvam e utilizem a maior de suas potencialidades: a atividade mental cognitiva. O saber é luz para novos horizontes e o caminho para realizações pessoais. Ainda há tempo para repensarmos nossas necessidades.

[…] A frase “você não precisa pensar, só precisa obedecer” - foi a cultura do fracasso que os empresários buscaram tendo uma política assim.

Caminhamos então, para um modelo social mais próximo da perfeição, onde encontramos, em um mesmo conjunto, a valorização do ser humano e por consequência da organização a qual ele participa. O conhecimento é o poder da escolha, não ocupa espaço - como algo transformador e bom para as pessoas que se relacionam conosco e para o mundo.

Nos deparamos com a necessidade de disseminação de informação e conhecimento, com a completa assimilação do significado de cada informação que leva ao conhecimento para resolução de problemas.

É muito importante saber filtrar[…], além de saber usar as informações. Vivemos em tempo real no mundo globalizado, conjugamos trabalho, lar, estudo e negócios, somos um verdadeiro arquivo de bits.

Este é um risco efetivo. Já sabemos que as informações são dados interpretados, dotados de relevância e propósito. […] É fundamental usar a informação, transformá-la em conhecimento e dela fazer uso com responsabilidade para atingir nossos objetivos[…]; transformar a informação em conhecimento e contextualizar na vida e nos desafios que enfrentamos […] como a nossa própria memória.

A experiência é um acúmulo de diversas informações que vai nos formando como indíviduos que somos, como cidadãos e nos posiciona nesta vastidão de incertezas que o futuro pode nos oferecer.

O comportamento ético é a forma que o indivíduo deveria se comportar no meio em que vive, sendo transparente, sem manipulações. Dá para perceber é que, o que mais temos são manipulações e coalizões com o intuito de divulgar só o que é conveniente e oportuno.

As novas tecnologias digitais estão mudando não só o modo de comunicar, mas a comunicação em si mesma a ponto de provocar ampla transformação cultural. Precisamos ser capazes de utilizar a tecnologia de forma consciente [...] Temos que sair da zona de conforto para fazer a nossa parte.

Internet deve ser um instrumento de desenvolvimento social[…] pode ser usada de várias maneiras[…] um dos atributos da qualidade da informação é a fonte […]. Merecem reflexão e créditos: a qualidade e a ética da informação postada na internet e a fragilidade na segurança -a qualidade da informação é centrada no usuário.

A liberdade de expressão na internet trouxe excesso de transparência, mas precisamos agir com responsabilidade e senso crítico ao interpretá-la.

As organizações ainda não sabem muito bem como lidar com as novas formas de comunicação e de transmissão de informações... a gestão da qualidade da informação passa pela atenção a essas duas questões: “o que divulgar?” e “para quê divulgar?”

Mas é a experiência pessoal ou comunitária que nos permite descobrir um sentido para as coisas. Sem a experiência, não há vida e não passará de acúmulo de informação. No entanto, é necessário que cada um supere sua cota de egoísmo.

Importante passarmos a ser mais criteriosos ao ler e falar, analisando a credibilidade e responsabilidade que (isto) vai gerar.

Em toda situação haverá pontos positivos e negativos. Nos resta tomar medidas quanto a um estilo de vida coerente, claro, ético com educação e acima de tudo a construção de relações humanas geradas pela comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro.

Estarmos abertos ao aprendizado e ao conhecimento do outro, nos realizará plenamente. [...] Vamos refletir muito sobre o que essa mudança de paradigma poderá nos trazer."

Até aqui este texto faz sentido para você? Pois saiba que ele é uma prova do que é possível obter ao conectar pessoas, suas ideias e seus ideais. Este é um “patchworknowledge” - um neologismo que criei para “costurar” tantas e tão diversas opiniões e ter esta “malha” de conhecimento.

Tudo o que você acaba de ler ou ouvir é a “costura” dos muitos recortes dos mais de 150 comentários “estampados” pelos alunos do Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública (UMC/FEAP) no blog InfoC41[1] criado para a socialização dos saberes.

Todos já podem dar o próximo e decisivo passo, seguros de que estarão prontos para inaugurar uma cultura da informação na organização pública.

Last, but not least!

Imagem: the design inspiration

A frase de Shakespeare, em Julius Caesar, III, i, 189, da qual me aproprio da tradução literal para dizer que teremos hoje "o último, mas não / de forma alguma / nem por isso o menos importante" encontro. Eu os conheci de um jeito e os estarei deixando de outro (acho que melhor), mais conscientes de que todas as mudanças necessárias começam na vontade de cada um em contribuir com suas novas habilidades, conhecimentos e, principalmente, atitudes(!), ou seja, com as novas competências reveladas e/ou adquiridas em sala.
Juntos fizemos novas e importantes descobertas: passamos a enxergar o outro como reflexo de nós mesmos e entender que É POR ISTO que nós quem precisamos mudar, não ele! Também aprendemos, juntos, que a falta de informação é uma epidemia que precisamos combater com a vacina da tolerância e do altruísmo.
Muitas coisas acontecem no nosso entorno, mas poucas parecem pertencer a nós: mas pertencem!
Na verdade somos ao mesmo tempo produto e produtores de todas as coisas; e só uma boa NOÇÃO DE PERTENCIMENTO é que fará com que a gente consiga realizar significativas mudanças no mundo em que vivemos, começando pelo primeiro lugar, que é onde o nosso braço alcança.
Precisamos ensinar COM AMOR ao maior número de pessoas possível, que aonde existe uma crise existe, também, uma fantástica oportunidade de mudança e DESPERTAR nestas pessoas esta vontade INSPIRANDO-AS com nossas próprias ações.
Aprendemos que as coisas sérias podem ser resolvidas com ALEGRIA e que ao compartilhar um pouco do que somos, encontramos ECOS do nosso espírito.
Vocês me emocionaram com sua dedicação e eu pude ler nas expressões e gestos de cada um as respostas que eu tanto precisava para compor cada vez mais e melhores práticas em busca de "informar para formar" uma legião de potenciais trabalhadores do conhecimento.
Muito obrigada a todos por me receberem e além de me aceitarem como sou e com o que tenho, confiar seus sentimentos e compartilhar seus desejos, necessidades e vontades comigo.
Sei que posso fazer bom uso disto.
Para encerrar, deixo um de meus pensamentos: "É ecologicamente correto RECICLAR ideias, consumir conscientemente conteúdos e entender que CONHECIMENTO também é matéria retornável".
Boa missão eco-LÓGICA ,<)

28.6.11

Facilite a sua vida: adote mapas mentais!

Link

"Quando os alunos aprendem determinado tema utilizando mapas conceituais, eles desenvolvem seu próprio entendimento através da internalização da informação. Por outro lado, quando os estudantes constroem seu próprio mapa conceitual, eles necessitam desenvolver inicialmente uma compreensão sobre os conceitos que estão estudando, antes de poder representar seu conhecimento através de um mapa pessoal (Vekiri, 2002: 266). Utilizar um mapa construído por uma especialista e construir seu próprio mapa são duas vertentes da utilidade dos mapas no processo ensino/aprendizagem". (TAVARES, 2007)
O conceito de mapas mentais foi criado pelo ingles Tony Buzan. Baseia-se no conceito de que nossos pensamentos não são lineares e não seguem um fluxo contínuo. Quando usamos cores, imagens e palavras chaves nossa capacidade de criação e memorização cresce muito.

Para Buzan, a criação de mapas mentais obedece 7 leis:

  1. Comece no centro de um papel;
  2. Use uma imagem central que designe a ideia principal;
  3. Utilize-se de cores;
  4. Interligue ramos primários, secundários, tercerários e quantos forem necessários;
  5. Deixe os ramos curvelíneos para dar um aspecto de árvore a eles;
  6. Use images para gerar associações, pois nossa mente lida melhor com elas;
  7. Use palavras-chave.

Estes mapas podem ser utilizados para montar palestras, aulas, estruturar todo o tipo de projeto. Na verdade é possível fazer mapas mentais para quase tudo.

O Mindmeister é uma boa ferramenta online (gratuita) com versão em Português. Experimente criar seu próprio banco de mapas com ela! Depois POSTE NESTA SEÇÃO o exercício da aula 7.

21.6.11

Corporativa MENTE: O cérebro e as tecnologias da inteligência no futuro das corporações


Mais do que gerenciar pessoas, as corporações que desejarem passar ilesas pelo extenso tapete de brasas vão ter que aprender a gerenciar mudanças – e IMSO (in my simple opinion) a maior delas está no entendimento de que empresas bem-sucedidas são como conjuntos de “cérebros disseminados” .
Gerenciar cérebros é, portanto, o novo desafio – o que indica que a formação do cérebro começa a ser acrescentada ao bem-estar das empresas e iniciativas de liderança; com o brain fitness assumindo um papel muito importante na construção de novos mercados.

Economia baseada no comportamento

Quando falo em “novos mercados”, me refiro à uma novíssima economia – tão nova que já não está baseada na informação, mas na competência em utilizá-la. Essa “competência” é cem por cento comportamental, daí a economia baseada no comportamento vem reengenhar tudo o que aprendemos sobre gestão.
Tecnicamente, nosso comportamento são respostas a diferentes estímulos gerados pelo meio. E se essas “respostas” têm origem no cérebro, então é nele que devemos nos concentrar! Se existe um esforço para humanizar corporações, significa que existe um movimento para entender não o que nossa mente é capaz de fazer por nós, mas o que nós podemos fazer por nossa mente para que ela traga “respostas” cada vez mais inteligentes (especialmente do ponto de vista emocional).

O cérebro no comando

Com a missão de entender como pensamos, agimos, percebemos e sentimos, pesquisas científicas contribuem com argumentos que vão ajudar a promover mudanças no modo de operação das organizações.
Ao que tudo indica, um casamento que tem tudo para durar é o da neurociência com o RH. Dessa aliança nascerão “negócios baseados no cérebro”. Ou seja, negócios que vão potencializar as habilidades cerebrais, aumentando o nível de atenção, a concentração e, por conseguinte, a retenção do aprendizado.
“No início da década de 90, o presidente americano George W. Bush anunciou que aquela seria a década do cérebro” e estava mesmo certo: na velha economia a produtividade estava relacionada à aptidão física das pessoas, agora a produtividade está diretamente relacionada à aptidão mental - o que faz com que empresas se dediquem à construção de ferramentas para o treinamento cognitivo do cérebro.

As tecnologias da inteligência

Franck Tarpin-Bernard, PhD, especialista em soluções para aperfeiçoamento do cérebro, professor em Ciência da Computação do Instituto Nacional de Ciências Aplicadas de Lyon, transferiu a tecnologia do Happy Neuron e ajudou a desenhar (estrategicamente) os programas para o mercado brasileiro.
“Os exercícios desaceleram o processo de perda da reserva cognitiva – que é a capacidade do cérebro de armazenar por períodos prolongados as habilidades que foram adquiridas ao longo da vida”, diz.
Pesquisa realizada no começo de 2010, mostrou que pessoas que dedicaram 30 minutos diários ao uso de um programa de treinamento cerebral tiveram um aumento de 16% em suas capacidades cognitivas em apenas três meses. Pesquisas como estas que estão sendo realizadas no mundo todo é que vão difundir o conceito de brain fitness no mercado nacional.

Liderança baseada na serotonina

Cientistas mostraram através de imagens de ressonância magnética, que pessoas que foram expostas a situações e as julgaram justas, tiveram seus centros de compensação do cérebro ativados como acontece quando se encontram com entes queridos ou apreciam uma boa comida.
Isso abre um importante precedente para que os profissionais de RH possam implementar políticas para o cultivo da justiça e de recompensas que inspirem pessoas a terem mais confiança.
Estudiosos e futurólogos afirmam que empresas de culturas saudáveis terão mais poder, só que um tipo de poder diferente: o poder de aumentar a retenção e a performance. Isto porque os gestores tenderão a demonstrar mais interesse nos funcionários, apoiá-los e compensá-los verdadeiramente.
Esta atitude gerencial será suficiente para despejar no cérebro de seus colaboradores uma alta dose de serotonina – substância que provoca em nós aquele desejo de nos aproximar das pessoas e atendê-las em suas necessidades. E que também nos abre a mente para novas ideias.
Taí um belo modelo de liderança significativa! Na era wellness (era do bem-estar) não há sentido em alguém se “orgulhar” em viver sob altas doses de estresse e não ter tempo para nada. Um gestor sob efeito do estresse tende a inferiorizar seus colaboradores e isso vai inundar seus cérebros com cortisol, fazendo com que se desliguem, se fechem a novas ideias e parem de nutrir o desejo de ajudar.
Sem contar que o estresse prolongado reduz a produção de neurônios, compromete significativamente a memória, os sentimentos, diminui a imunidade e, de quebra, leva embora pelo menos dez anos de vida.

Trabalhando com certezas

Neurociência é o estudo do sistema nervoso: sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com o comportamento e a mente e, também, suas alterações. O Departamento de Recursos Humanos, por sua vez, se encarrega de selecionar profissionais com o perfil que a empresa necessita, portanto avalia, desenvolve e mantém os profissionais nas empresas, por meio de políticas de carreira, incentivo e remuneração.
Unir essas duas áreas é uma reconfiguração já proposta pela gestão de mudanças, uma vez que 85% das decisões que tomamos ao longo do dia acontecem na mente não consciente. Além disto, nossa capacidade de raciocinar com clareza, solucionar problemas com diferentes graus de complexidade e tomar decisões - dentro do meio corporativo - dependem (e muito!) de termos nossas expectativas atendidas.
Isto porque quando as pessoas têm expectativas que são alcançadas, aumenta substancialmente o nível de dopamina em seu cérebro. Ao contrário, uma expectativa frustrada, reduz a dopamina, aumenta a adrenalina, ativa a amígdala cerebral e toda essa mudança nos níveis dos neurotransmissores pode levá-las à demissão, porque seus humores e a disposição geral ficam prejudicados; e seu foco vai estar nos problemas e não nas soluções.
E foram os neurocientistas que descobriram que nosso cérebro é incapaz de construir conexões quando alguém nos diz o que fazer, ele apenas muda os padrões. Quando um indivíduo é levado a fazer algo, como por exemplo, participar de uma reunião 3% do seu cérebro vai estar sendo utilizado; ao passo que quando são criadas condições para que ela possa mostrar o que sabe, ou seja, transferir aquilo o que aprendeu para outras pessoas, vai estar alocando 90% desse órgão. Significa que não é verdade que os seres humanos só utilizamos 10% da capacidade do cérebro.
Levar descobertas neurocientíficas como essa para o RH, é dar a ele condições de obter mais engajamento das equipes, transformar suas dinâmicas, melhorar o clima, aumentar o bem-estar, por conseguinte, a saúde de toda uma corporação.

As tecnologias da inteligência

A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, chefe do Departamento de Neuroanatomia Comparada da UFRJ e apresentadora da série Neurológica do Fantástico da Rede Globo, é da opinião de que faz parte da busca pelo bem-estar, ter uma atividade mental rica ao longo da vida.
Para ela o "cérebro ideal" é aquele com o qual a gente se sente bem. Se nos sentimos bem com nossa capacidade de atenção e de memória ou se achamos que nos sentiríamos melhor se pudéssemos aumentar nossa capacidade de raciocínio, então podemos buscar esse aperfeiçoamento.
Suzana acredita que
para muitas pessoas que ainda não se interessaram em exercitar o cérebro por diferentes razões (ou porque nem todo mundo consegue identificar sozinho que pode ampliar sua capacidade, ou porque acha que não tem tempo de sobra). “O acesso fácil à internet, o aspecto lúdico e a interface destes jogos são extremamente motivadores”, diz.
Há muitas soluções sendo desenvolvidas com a nobre missão de aumentar a nossa inteligência prática - a inteligência relacionada com a formação de hábitos, à capacidade de aprender com a experiência e de desenvolver as habilidades práticas - que se diferencia da inteligência acadêmica e explica como alguns indivíduos com um QI alto não conseguem alcançar o sucesso profissional.
Certa ocasião ouvi uma frase surpreendente para os dias de hoje: “você não precisa pensar, só precisa obedecer”. Essa era a cultura de um empresário que gerava uma alta rotatividade em sua equipe – era, obviamente o que lhe impedia de reter talentos em sua corporação. É a cultura do fracasso. Imagine como ele poderia lidar com a inteligência coletiva?
Para o filósofo Pierre Lévy, “a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas”. De fato, cada um de nós já é livre para criar a sua própria rede neural, que é o que fazemos quando nos conectamos a outros neurônios ativos atrás de ferramentas como Facebook, Twitter, LinkedIN, entre outras tecnologias da inteligência.
Como a simulação digital, à qual cientistas de todas as disciplinas recorrem: um modelo digital não é lido ou interpretado como um texto clássico, mas explorado de um modo interativo.
A informática, por sua vez, existe para nos dar mais velocidade no processamento de informações e com isso podermos executar cada vez mais tarefas em menos tempo e com mais qualidade, de modo que possamos investir o saldo de tempo em nossa qualidade de vida. Mas o que temos feito? Quanto mais tempo ganhamos, mais tempo gastamos(!) e muitas vezes por pura falha administrativa.
Imaginação auxiliada por computador e jogos corporativos de estratégia ajudam a prever situações e tomar decisões antecipadas, gerar planos de contingenciamento. A simulação é, ainda, uma ferramenta muito útil para estimular o raciocínio lógico, corresponder à nossa imaginação, à bricolage mental, à acertividade.
Os dispositivos de memória dos sistemas informáticos, por sua vez, estão cada vez mais próximos de nosso corpo. Parece que já fazem parte de nós a pendrive, o smartphone e o netbook...

Já é possível separar os conhecimentos das pessoas e coletividades, estocar, recompor, modular, multiplicar, difundir, mobilizar através de hipertextos, composições multimídias, redes sociais, mensagens eletrônicas, DVDs.
“Hipertexto subverte a hierarquia”, diz o Manifesto Clue Train e é um fato. É o advento que permitiu driblar a segurança, o ascensorista, a recepcionista, a secretária e aquela fila de assessores e colocar nossa ideia lá: diretinho na mesa do chefe!
Quando utilizamos o hipertexto como um "passaporte" para um novo conhecimento a partir de um único link, estamos aumentando a inteligência de nossas corporações. Foi esse princípio que criou o Wiki, onde a inteligência coletiva reina soberana.
Estudantes e professores, gestores e colaboradores já nos relacionamos de um jeito hipertextual, ou seja, estamos ligados por conexões, nós. Estes “nós”, podem ser palavras, páginas ou gráficos de imagens. Estamos o tempo todo promovendo sinapses! Veja como somos mais “neurais” do que imaginamos.

Sensomarcas

Pierre Lévy também nos diz que “por mais que sejam consubstanciais à inteligência dos homens, as tecnologias intelectuais não substituem o pensamento vivo”. Nós, seres humanos não podemos ser “programados” para fazer nada que não venha de encontro à nossa vontade.
No entanto, somos facilmente levados a realizar ações que já estejam gravadas no nosso inconsciente. É por isso que a mesma ciência que vem estudando, por exemplo, porque batemos na madeira quando não queremos atrair a má sorte, também nos ensina que o poder dos sentidos é muito mais significativo em um processo decisório do que podemos imaginar.
Assim, os negócios baseados no cérebro compreenderão insights cognitivos que transformarão o modo como vamos trabalhar. A começar pela construção de marcas estabelecidas sobre os cinco pilares dos sentidos, ou “sensomarcas”. E é por isso (também) que nosso cérebro está sendo mapeado: porque ainda não somos capazes de exprimir sensações muito interiores que nele se originam.
O Neuromarketing é um novo campo de estudos do marketing que monitora as respostas de nosso cérebro a diferentes estímulos e com isso pode antecipar o comportamento de consumidores, elaborando estratégias de venda através das quais pretende comunicar ao nosso cérebro antes de nos comunicar.
Essa já é a realidade das 25 maiores empresas globais, como Google, Mercedes-Benz, MTV e Microsoft. O "marketing do futuro" pretende limpar o mundo do excesso visual da propaganda. A partir dele, as logomarcas não serão simples referências iconográficas ao tipo de negócio das empresas. Elas poderão ter um cheiro próprio, um som peculiar ou ser tocadas, experimentadas. Dizem que em certos casos, algumas logomarcas utilizadas hoje, ajudam mais a desconstruir a imagem corporativa, do que a construí-la. Guarde isso!

O cérebro e eu

Penso que um cérebro pode morrer. E porque ele morre, nosso corpo morre. Já a mente é capaz de se manter viva e permanecer influenciando pessoas por uma eternidade. A mente é para mim, meu único legado e minha maior riqueza. Ela guarda meus segredos, minhas vontades, meus anseios e as tantas memórias que eu gosto de compartilhar. Posso assegurar que minha mente é um corpo à parte embuído de espírito. E quanto mais eu penso que me conheço, mais desejo me (auto)explorar; e vejo que menos sei sobre mim.
Meu cérebro é colaborativo, um amigão, altruísta, inventivo e quer estar ligadinho ao seu e aos de pelo menos outras 148 pessoas – que é o que ele pode administrar.
Quando elaborei essa matéria, pensei em dizer também: "coma nozes, peixe, faça exercícios físicos, aprenda algo novo, converse com seu amor sobre seus sonhos mais íntimos e o beije na boca (imediatamente) antes de dormir!" – coisas tão simples que podem manter seu cérebro bem vivinho por mais zil anos.
Isso é quase um mantra, não? Pode crer que sim. Porque estudando sobre o cérebro eu fiquei feliz em saber que quando aprendo algo novo, mais alguns milhares de neurônios nascem em mim! E todos eles precisam de você, assim como os seus precisam de outros e outros... A coisa mais maravilhosa que eu pude descobrir a respeito deste ilustre desconhecido, é que ele é dono de uma incrível vocação social!
Em poucos anos, acredite, ou as empresas aprendem a gerenciar cérebros ou não serão mais empresas!
“Corporativa-MENTE” falando, claro.

Licença Creative Commons
A obra Corporativa MENTE de Tina Andrade foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada. Com base na obra disponível em arquivo pessoal.

14.6.11

"Qual é o nome da rosa?"


"Uma biblioteca é testemunha da verdade e do erro"
Fonte: Библиотека lib.ololo.cc

Proponho assistir o filme O Nome da Rosa, buscando (a partir de uma ótica da gestão do conhecimento), fazer uma "leitura" das estratégias e táticas utilizadas para a segurança da informação, assim como os simbolismos e artefatos da linguagem e suas conotações. Tomemos como exemplo o próprio título da obra "O nome da rosa": o que ele representa? A "resposta" está no posfácio de Umberto Eco: "A rosa subsiste seu nome, apenas; mesmo que não esteja presente e nem sequer exista". Interprete esta frase e socialize.

O nome da rosa para mim é o conhecimento, o poder que tem a palavra. E assim, mesmo que não exista um livro, uma biblioteca, pois no final do filme ela acaba sendo incendiada, sempre teremos uma forma de compartilhar a informação.
Aluna Cleide – Turma 41 Pós-Gestão Pública

13.6.11

Eu, documento!

Na montagem, Bell (à esq.) e Gemmell manipulam
imagens expostas num cenário virtual. Fonte: Veja.

Através desta disciplina tenho colocado muitas pessoas diantes da importância dos documentos. É um fato que o nascimento, a vida e a morte, até acontecem, mas só são, digamos "atestados" por meio dos documentos.

Da certidão de nascimento à de óbito, passando pelo "registro da identidade" e existindo no cadastro da pessoa física, nossa vida pode ser escrita através de um conjunto de informações documentárias.

Em relação às nossas competências, não basta frequentar às aulas, é preciso certificarmo-nos; a palavra dita, como a declaração de nossas intenções, também já não basta: é preciso "averbar".

Assim, ao reunirmos os documentos que nos constituem, estamos recuperando a nossa memória. Da mesma forma, ao quantificarmos estes documentos, devemos atribuir uma medida para esta nossa memória dispersa em textos, imagens e sons e, também, para a nossa memória natural - aquela à qual recorremos quando, por exemplo, queremos trazer à mente um fato ou alguém e simplesmente "matar a saudade".

A edição 2139 da Revista Veja, datada de 18 de novembro de 2009, trouxe uma entrevista intitulada "Eternamente Digital", na qual os cientistas Gordon Bell e Jim Gemmell falam de Total Recall (2009) - um livro onde relatam a experiência de registrar dez anos de suas vidas e armazenar o conteúdo no disco rígido de um computador.

Destaco dois trechos da entrevista à repórter Lia Luz: no primeiro Bell diz que "com a digitalização total, saberemos exatamente quanto tempo passamos com nossos filhos, quanto comemos e se realmente fomos grosseiros em uma conversa. Teremos uma visão mais clara das nossas ações"; no outro, Gemmell acredita que "vamos ingressar numa vida em que muitos dos nossos passos poderão estar sendo gravados. Pensar nisso pode despertar o melhor do nosso comportamento. Novos tipos de relacionamento também podem surgir desse fato. Haverá aqueles a quem você permitirá gravar momentos de sua vida e aqueles em quem não confiará. Talvez fazer promessas gravadas se torne um novo marco das relações pessoais".

Para os cientistas, "a memória biológica é subjetiva, tingida pela emoção e filtrada pelo ego. A digital, por outro lado, é objetiva, prosaica".

Diante disto, busco novas
repostas para estas significativas questões trazidas pela colega Lia e que agora fazem parte de nossas inquietações: "Por que a memória total transformará a forma como pensamos nossa vida? (...) estamos prontos para lidar com um tipo de memória tão diferente da natural?"